terça-feira, 30 de julho de 2013

Tanto Faz.



Tão errada e eu sabia.
E o que eu mais queria era errar mais
Tem  horas  que tanto faz.


(Mariani Lima)



Imagem http://cacoschuvasecurvas.blogspot.com.br

sexta-feira, 12 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Fim de tarde


Filetes  de sol invadem a varanda, ladrilham a rede.
No canto, a sombra d'água rebola na parede.

(Mariani Lima)

Nádia






Nem se  despediu a contento 
da flor que fincou no tempo.

(Mariani Lima)



Imagem da Web

Encanto


(Para meu filho Luiz Guilherme)

Meu mundo
criei quadrado
Uma lua imensa do lado
O sol na nossa frente 
Pra iluminar a gente
                              ...admirando a lua!
Nesse mundo tudo é casa tudo é rua
Você é meu e eu sou sua
E tem flores nos quintais!!
Do meu  jardim para o jardim da casa ao lado
corre um riso prateado
Não tem muro e nem portão

Lá a tristeza tem momento
E alegria é todo tempo 
Só não coube a solidão

Tem o  céu e nuvens feitas de plumas
O mar a borbulhar espumas
.                                                    ...colando estrelas no chão!

Sua Mão




Escorrega pelo dorso sombreado
Na penumbra quente do quarto
Dança completamente nua
Sinuosamente a sua ...
                            mão.
Afoga os dedos
Pousa nos lábios em segredo
Some na escuridão.
Banhada pela luz da rua
Parte estrela e parte lua
Repousa exausta no colchão
E dança...
E sobe...
Desce pela nuca..
A habilidosa sua... 
                           mão.
(Mariani Lima)

Imagem da web

Pé de mágoa


Arranquei de vez o pé de mágoa
Que há muito arvorecia
Cuja sombra quente comprimia nossos ais

Planta antiga
De flor ancestral da minha vida e da tua
Precipitado para a rua
A saudar o cais.

Hoje arranquei seu tronco retorcido
Dei-lhe um novo rumo
Um novo muro
Onde outro não há mais

Plantei pomar garboso
Frondoso
Harmonioso
Bonito demais!

Pra enfeitar a nova remessa.
Pra saudar uma gente sem pressa.
Que passa olhando de quina
Que pára na nossa esquina
Em busca   do que não há mais.

(Mariani Lima)

Que bonito!



Bastou   haver  espaço
Não plantei, nem cuidei
Foi a chuva, eu acho...
Ela nasceu, pra despontar na paisagem
Pra me constranger!
Pequena, linda, frágil e passageira
Singela, tocante, e companheira
Não querias um toque do infinito?
Olha que bonito!

(Mariani Lima)

Girando na imensidão

Deus escondeu as coisas grandes nas pequenas
Escondeu a árvore no grão
Infinito,veio caber em meu coração.

Deu a cada homem a semente da vida.
Fez brotar  uma árvore florida!
Girando na imensidão

Deus pôs no mundo a beleza

Sem dar  aos homens a certeza
De onde vêm
Pra onde vão.


(Mariani Lima)

 Imagem hubble

Versos de Outono

Confraria de Autores

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Minha Avó

Minha vó tinha cabelos de india e pés descalços.
Plantava guandu e varria o terrero.
Quando o gato sumia gritava : Quede ele?
Minha vó fazia vassoura de piaçava
Assava batata na fogueira em noite de são João
E teve treze filhos.
E lembro de seus cabelos grisalhos
Que eu pentei, trancei. puxei tentando enfeitar a mulher sem vaidade.
Minha vó era guerreira, meio india, meio branca.
Ela usava foice e plantava cana.
"Dava  de cumê pras galinha" e criava porco.
Minha vó juntava prata em lata de leite
E no final do ano me dava, a lata cheinha de moeda.
Dizia: Prata num serve pra nada.
Ela tava enganada.
Ela gostava de mim.
Eu gostava dela.
Faz tempo que não a encontro em meus sonhos.
Dona Felisbina nunca foi rica
Nem pobre, nem feliz, nem triste.
Era mãe e avó.
Analfabeta e esperta.
Criou os filhos na base da pancada.
Os netos beijava e fazia dengo
Lavou, passou e engomou pra fora
E fazia angú com rapa e chulapa.
Minha avó tinha uma caixa de botões
Costurava e ouvia rádio.
Contava muitas histórias.
Minha vó viu saci, alma penada e mula sem cabeça.
Foi mãe com doze anos.
Dona Felicia era fogo.
Apagava o fogo das filhas com a vassoura.
Ela morou na roça, no morro e em barraco.
Passou fome e teve fartura.
Trabalhava pra comprar mistura.
Nunca foi rica
Nunca foi pobre.
Era mãe e avó.

(Mariani Lima)

Com amor para minha saudosa avó Felisbina (Felícia) de quem tenho boas lembranças sempre.